terça-feira, 28 de junho de 2016

Capítulo 1 - O Encontro no Lago Carron




Escócia, Norte das Highlands, 1552



O sono de Jeanne Sinclair foi perturbado por vozes vindas do corredor. Ela abriu os olhos e sentiu a claridade de mais um dia de verão em seu rosto. Estavam na metade da estação mais quente do ano. Apesar dos dias estarem mais quentes, as noites nas Highlands eram sempre geladas. Ela inspirou e sentiu o cheiro de lenha que ainda queimava na lareira. Ela olhou para cima e observou o forro da cama em dossel. O tecido era velho e os desenhos que estavam bordados nele, estavam gastos pelo tempo. Mas ainda dava para ver nele rosas azuis, amarelas e vermelhas. Suas cores, que um dia foram vibrantes, agora estavam desbotadas. Mas uma rosa chamou sua atenção. A rosa tinha cinco pétalas brancas no formato de coração, e o centro da rosa era amarelo com pequenos pontos em marrom. O que chamou a atenção de Jeanne, era que aquela rosa era a única rosa branca em todo o forro, ela estava no centro e suas cores não estavam desbotadas com as outras. Jeanne ficou intrigada com aquele contraste no forro que adornava a cama onde dormia.

Ao abaixar um pouco o olhar, Jeanne encontrou uma janela fechada a sua frente. Foi então que se deu conta que não estava em seu quarto. Por um momento se viu perdida e não se lembrava de onde estava. Precisou de um tempo para se lembrar de como tinha chegado até aquele quarto. Suspirou resignada ao se lembrar de que não estava em seu quarto, mas sim em um quarto de hospedaria. Olhou tudo em volta e viu que o quarto era pequeno e muito simples. Tinha somente uma cama, onde ela dormia, uma poltrona com o forro rasgado em várias partes, e uma mesa com duas cadeiras. Bem diferente do seu quarto.

O quarto de Jeanne no Castelo Girnigoe era tão espaçoso que ela e as primas brincavam de correr quando eram meninas. Lembrou-se do tecido macio verde musgo que adornava sua cama, um tecido que ela mesma escolheu quando foi com a mãe na vila de Wick. Lembrar-se de seu quarto, do Castelo Girnigoe, onde viveu por toda sua vida, a deixou deprimida. Ela lembrou do motivo de estar naquele quarto de hospedaria.

No dia anterior, tinha deixado o Castelo Girnigoe com a primeira luz do dia. Deixou o castelo depois de se despedir de seu irmão William e de sua cunhada Elise, que estava à espera de seu primeiro filho. Foi com grande tristeza que Jeanne deixou o castelo e sua família naquela manhã de verão. Agora ela estava em uma hospedaria na vila de Lairg, estava viajando rumo ao um destino que mudaria para sempre a sua vida.

Ela suspirou e se preparou para mais um dia de viagem. Só chegaria a Strathcarron na tarde do dia seguinte. Foi o que o Sr. Lorne disse quando chegaram à hospedaria na vila de Lairg. O Sr. Lorne era o homem de confiança do Earl William, senhor do Castelo Girnigoe, que ficava ao norte da vila de Wick. Irmão de Jeanne e chefe do clã Sinclair. O Sr. Lorne também era o homem de confiança do Earl Dougan, pai de William e Jeanne. Ele tinha morrido há um pouco mais de um ano. Como tinha pouco tempo que William era o chefe do clã Sinclair, ele achou melhor não se afastar do clã. Ele tinha medo que o chefe do clã Gunn, seu inimigo, se aproveitasse para atacar o castelo e tomá-lo. Por esse motivo que o Sr. Lorne entregaria a irmã do chefe do clã Sinclair para o seu futuro marido. Quando ela chegasse ao seu destino, teria que se casar com um homem que nunca viu em sua vida, que nem ao menos sabia de sua existência até um mês atrás, quando seu irmão William lhe comunicou que se casaria e moraria em Strathcarron, o lar do clã MacDonnell.

Ela se Lembrou da primeira vez que foi comunicada que se casaria. Jeanne tinha 13 anos quando sua mãe chegou em seu quarto e lhe contou que seu pai estava procurando um pretendente para que ela pudesse se casar. Ela sempre soube que esse dia chegaria e não ficou ressentida. Esse era o destino de todas as mulheres, casar, ter filhos, cuidar do marido, dos filhos e da casa. Jeanne só esperava que fosse um homem bom e que não fosse muito velho. Mas à procura não foi fácil porque seu pai queria conseguir com o seu casamento um boa aliança com algum clã amigo. E um ano depois uma tragédia se abateu em sua família. Sua mãe estava grávida e caiu da escada e perdeu o bebê. Ela ficou dias com febre e acabou morrendo. Durante um ano seu pai ficou de luto. Depois de um ano, Jeanne acreditou que seu pai voltaria a procurar por um pretendente para ela. Mas em uma manhã, durante a refeição no grande salão, ela soube que seu pai desejava se casar novamente e mandou que procurassem uma donzela. Um ano depois seu pai morreu em uma batalha contra o clã Gunn, antes que encontrassem uma pretendente para ele.

Dias depois o irmão foi apresentado como o chefe e dois meses depois ele se casou. Mais um ano se passou e todos receberam uma notícia que os alegrou muito. Elise estava grávida. Meses se passaram e Jeanne já se acostumava com a ideia que não se casaria mais. Estava ficando velha e nenhum homem a aceitaria como esposa. Mas de repente seu irmão a chamou até sua sala de reunião e disse que ela se casaria em um mês. E agora ela estava indo para Strathcarron para se encontrar com o seu futuro marido e selar aquela união.

Decidida a enfrentar mais um dia de viagem, Jeanne sentou na cama. Ela virou o corpo de um lado a outro e sorriu ao olhar para as duas primas que a acompanhava na viagem. Mhairie e Bethia Sinclair eram filhas de seu tio Taghan Sinclair, irmão de seu pai. Mhairie e Bethia eram alguns anos mais novas que Jeanne, com diferença de um ano entre as duas irmãs. Seu tio estava à procura de um pretendente para Bethia, a mais velha entre as duas. As duas tinham lindos cabelos dourados. E somente nisso elas eram parecidas. As duas tinham personalidades bem diferentes e também era diferentes na aparência. Mhairie tinha excesso de carne em seu corpo, enquanto a irmã era desprovida de carne. O rosto de Mhairie era arredondado, enquanto que de Bethia era macilento, e por causa disso Mhairie sempre a chamava de rosto de cavalo. Jeanne era bem diferente das primas. Tinha os cabelos negros como a noite das Highlands. Sua mãe sempre dizia que Deus tinha sido generoso com ela, quando a formou. Ela tinha carne sobrando nos lugares certos, como nos seios, quadris e coxas. Jeanne desviou seu olhar das primas e olhou para o catre no meio do quarto onde estava Myrna, a criada particular de Jeanne. Ela voltaria com Mhairie e Bethia para o Castelo Girnigoe, ela agora iria cuidar do filho de William e Elise.

Jeanne virou e ficou ajoelhada na cama.

— Vamos acordar, suas dorminhocas — tirou a coberta de cima das primas, fazendo com que elas acordassem assustadas.

As duas puxaram a coberta das mãos de Jeanne e começaram a reclamar, mas pouco depois estavam as três rindo. Logo depois Myrna também acordou e se juntou as três. Jeanne sempre tratou Myrna como uma amiga e não como criada.

Momentos depois as quatro garotas estavam novamente dentro da carruagem sacolejando pelas estradas do norte da Highlands. Pela janela da carruagem Jeanne via os picos altos da Highlands, com um tapete roxo das urzes daquela época do ano.

As quatro garotas passaram mais um dia dentro da carruagem, e mais uma noite em uma hospedaria. Na manhã seguinte as três desceram para o grande salão da hospedaria para tomarem o desjejum, enquanto isso Myrna levou as bagagens de volta para a carruagem. Quando elas terminaram a refeição, viram o Sr. Lorde se aproximou com Myrna ao seu lado. Jeanne notou que Myrna tinha um semblante de felicidade no rosto.

— Srta. Jeanne — cumprimentou o Sr. Lorne primeiro a Jeanne e depois Mhairie e Bethia.

— Bom dia, Sr. Lorne. Algum problema?

— Tenho algo para lhe informar, senhorita. Na parte manhã nós entraremos na terras dos MacDonnell. Seu irmão pediu que a senhora se disfarçasse de serva enquanto que Myrna se passará pela senhorita, usando suas roupas.

Jeanne olhou surpresa para o Sr. Lorne.

— Por que tenho que me disfarçar de serva?

— Seu irmão tem medo que os MacKenzie tente raptá-la para atrapalhar o casamento.

— Por que eles fariam isso? — perguntou Mhairie tão intrigada quanto Jeanne.

— Os MacKenzie são inimigos dos MacDonnell.

— Esse clã fica perto de Strathcarron, Sr. Lorne?

— Não, Srta. Jeanne. Não precisa se preocupe. Nada acontecerá se a senhorita fizer o que seu irmão ordenou. Já conversei com Myrna e ela saberá o que fazer caso algo aconteça.

Jeanne olhou para Myrna e não gostou de saber que ela estaria em perigo caso os MacKenzie os atacassem.

— Eu não gosto de saber que Myrna estará em perigo por minha causa. Não há outra maneira de fazermos isso?

— Não, senhorita.

— Tudo bem, Srta. Jeanne. Será uma honra ajudar em sua segurança.

— Tudo bem, então. — Jeanne se conformou ao ver que Myrna estava feliz por poder ajudar. Myrna sempre foi uma grande amiga.

Depois de trocar de vestido com Myrna, a viajem para Strathcarron recomeçou. Eles chegariam ao Castelo Strome durante a tarde. Jeanne olhava distraidamente pela janela quando ouviu a pergunta de Mhairie e virou rapidamente o corpo.

— Você sabe como é o seu futuro marido, Jeanne?

— Não — disse um pouco apreensiva. — Tudo o que sei é que ele tem a idade de William. Seu pai morreu há pouco tempo e ele passou a ser o chefe do clã MacDonnell.

— Esse não é o clã de sua mãe? — perguntou Bethia.

— Sim. Meu futuro marido é um parente distante da minha mãe. Meus avós queriam que meu pai se casasse com a filha do chefe MacDonnell, mas eles não tinham nenhuma filha na época. Por isso meu pai se casou com minha mãe. Ela era a filha de um parente distante do chefe MacDonnell.

— Se seus avós estivessem vivos, dariam pulos de alegria — falou Mhairie animada com o seu pensamento.

— Por quê? — Jeanne não entendeu o pensamento da prima.

— Você agora vai se casar com o chefe do clã MacDonnell. Vai realizar o sonho deles.

— Minha mãe sofreu muito por não ser a filha do chefe MacDonnell. Meu pai sempre a culpava por causa disso. Ele a fazia se sentir sem valor por esse motivo — lamentou Jeanne.

— Isso não vai acontecer com você, prima. Você é a irmã do chefe do clã Sinclair. É alguém importante. — Bethia tentou consolar a prima com suas palavras.

— Você acredita que ele possa ser como o meu pai? — sua voz saiu carregada de medo que isso pudesse acontecer. Seu pai era um homem rude e sem nenhum amor pela esposa.

— Eu acredito que não exista homem como o seu pai, Jeanne — disse Mhairie em tom de brincadeira para amenizar o clima pesado que se abateu na carruagem.

As quatro garotas riram da forma como Mhairie disse aquela frase. Tudo o que Jeanne queria era que o marido fosse bem diferente do pai. Ela amava o pai, ainda se sentia triste por sua morte. Mas o Earl Dougan, senhor do Castelo Girnigoe, era um homem muito severo e rude com sua mãe. Lady Aslynn era uma mulher carinhosa e submissa ao marido, mesmo com todos os maltratados que sofria. Ela não queria um marido igual ao seu pai. Um homem rude e que teve várias amantes.

— Vamos mudar de assunto — disse Bethia. — O que está achando de ser lady Myrna? — perguntou ao olhar para a serva que estava usando um dos vestidos de Jeanne.

— Eu nunca vou esquecer esse dia, senhora — disse a criada ao olhar para Jeanne.

Ao ver o brilho de alegria nos olhos de Myrna, Jeanne pediu a Deus que nada de ruim acontecesse naquele dia que estragasse a felicidade de Myrna.

Momentos depois, Bethia, que estava olhando pela janela, viu dois homens montados a cavalos em cima de uma colina. Ela avisou para as outras garotas, que se espremeram na janela para verem os homens.

— Não precisam se preocupar. São homens MacDonnell. Eles vigiam as terras de Strathcarron. Eles sabem quem somos por causa do estandarte dos Sinclair que estamos carregamos. Agora não encontraremos mais os MacKenzie.

As quatro garotas se olharam aliviadas.

— Quer trocar de vestido agora, senhora?

— Não, Myrna. Pode ficar mais um pouco sendo lady Jeanne Sinclair.

Myrna sorriu agradecendo.

— Eu preciso me aliviar — disse Jeanne apertando as pernas, momentos depois.

— Não dá para esperar, Jeanne? — perguntou Bethia.

Ela acenou que não com a cabeça.

— O Sr. Lorne não vai gostar de ter que parar. Estamos quase perto do castelo — disse Mhairie olhando com pesar para a prima.

— Vou tentar segurar até chegarmos ao castelo.

As três garotas olharam com pesar para Jeanne.

— De jeito nenhum! — disse Mhairie de repente, pegando todas de surpresa. — Imagine se seu futuro marido estiver lhe esperando na entrada do castelo. Não vou deixar que você passe vergonha ao aparecer para ele apertando as pernas. O que ele vai pensar de você!

Mhairie colocou a cabeça para fora da carruagem e falou algo para o Sr. Lorne. Jeanne sorriu ao ouvir o Sr. Lorne ordenando que a carruagem parasse.

As quatro garotas desceram todas sorridentes.

— Não vão muito longe — disse o Sr. Lorne com um semblante de quem não tinha gostado daquela parada.

Perto da estrada onde pararam, estava o lago Carron. O lago banhava o Castelo Strome. As garotas caminharam até a margem do lago. O lugar era lindo, com árvores frondosas, uma grama verdinha e várias pedras na margem do lago. Ao virar na direção do lado esquerdo, as garotas viram várias pedras grandes que impediam a visão do outro lado. As pedras chegavam até dentro do lago. Para chegar do outro lado das pedras, tinha que passar por um conjunto de árvores frondosas.

— Ali é um bom lugar para se aliviar, Jeanne — apontou Bethia para as árvores perto das grandes pedras. — Os homens perto da carruagem não poderão vê-la.

— Eu vou com a senhora — disse Myrna ao levantar o vestido para acompanhar sua senhora.

— Não precisa, Myrna. Você agora é uma lady e não pode ajudar um serva — disse sorrindo.

— Se precisar de ajuda é só gritar — disse Mhairie.

— Não vou precisar de ajuda. — Ela se afastou das três garotas e foi em direção às árvores.

Depois de se aliviar, Jeanne ajeitou o vestido e quando ia voltar para junto das primas e de Myrna, escutou um barulho vindo do lago, mas não do lado onde estavam as primas e sua criada. Ela andou um pouco por entre as árvores e ficou atrás de um arbusto com pequenas frutinhas vermelhas. Escutou novamente o barulho. O barulho era de alguém mergulhando nas águas claras do lago. Ela sabia que devia voltar para perto das primas, mas a curiosidade foi maior que o seu bom senso. Jeanne colocou a cabeça para fora do arbusto e olhou em direção ao lago.

Ficou surpresa ao ver um homem emergir das águas do lago. Ele estava de costas e passou as mãos pelos cabelos para secá-los. O homem tinha as costas largas e braços fortes. Seus cabelos aloirados eram um pouco encaracolados. Quando o homem virou e olhou para frente, Jeanne pensou que talvez estivesse vendo uma miragem. O homem era tão bonito que não conseguia afastar o olhar de sua direção. Ela sentiu seu corpo todo se aquecer quando o homem saiu do lago e caminhou em direção onde estavam suas roupas. Ele estava nu. Magnífico e descaradamente nu. Seu corpo era perfeito, com ombros largos e um peito amplo. Era a primeira vez que Jeanne via um homem completamente nu. As pernas do homem eram grossas e peludas, com pelos dourados, como os fios de seus cabelos. Os olhos de Jeanne percorreram cada centímetro do corpo daquele homem. E se sentiu invadida por um desejo que nunca sentiu em sua vida. Desejou ardentemente tocar naquele corpo perfeito.

O homem pegou seu kilt e envolveu sua cintura. Jeanne voltou a se esconder atrás do arbusto quando o homem se virou em sua direção. Seu coração acelerou ao pensar que o homem poderia tê-la visto.

Sabia que devia sair dali e voltar para perto das primas, mas ela queria vê-lo novamente. Só mais uma vez. Jeanne olhou novamente para a margem do lago, mas o homem não estava mais lá. Ela olhou para o lugar intrigada. O homem tinha desaparecido. De repente Jeanne se virou ao sentir alguém atrás dela. Seu coração acelerou ao ver que era o homem do lago. Ele ainda estava nu da cintura para cima. Estava vestido somente com o kilt. A água dos seus cabelos escorria por seu corpo, fazendo o seu peito musculoso brilharem a luz do sol. O homem tinha lindos olhos azuis escuros. Parecia ter a idade de seu irmão William. Tinha o rosto bem marcado, com um pequeno furo no queixo. O homem a olhava com um olhar de divertimento, não parecia zangado ao encontrá-la ali.

— Por que está me espionando?

— Não estava espionando o senhor — gaguejou ao dizer cada palavra.

Ele sorriu e Jeanne viu um lindo colar de dentes brancos.

— Eu tenho que ir, senhor.

Jeanne tentou passar pelo homem, mas ele a segurou pelo braço. Jeanne olhou para cima e seus olhos se encontraram. O homem a olhou tão intensamente, que Jeanne sentiu como se ele estivesse explorando cada parte de sua alma.

— Não sairá assim impunemente.

— O que o senhor pretende fazer?

O coração de Jeanne bateu tão acelerado como o bater das assas de uma águia quando foge do seu predador. Ela só não sabia se era por estar tão próxima daquele homem ou pelo medo de sua ameaça. Com certeza ela estava com medo da ameaça do homem, mas a proximidade com que estavam fazia o sangue em suas veias percorrerem o seu corpo tão rapidamente, que Jeanne agradeceu por ele a estar segurando, senão ela com certeza cairia.

— Será castigada pelo seu ato.

Jeanne olhou apavorada para a enorme mão que segurava o seu braço.

— Acalme-se — disse com um sorriso maroto nos lábios, o que o deixava ainda mais bonito. — Não vou usar minhas mãos para puni-la

Ela o olhou intrigada.

— Quem é você?

— Eu?... Sou uma serva — disse como se fosse algo obvio.

— Isso eu sei — olhou para as roupas dela.

— Minha senhora está indo para o Castelo Strome, para o casamento do chefe MacDonnell.

Ele a olhou avaliando se o que ela disse era verdade.

— Eu tenho que ir, senhor. Minha senhora sentirá a minha falta.

Mas em vez de deixá-la ir, ele a segurou pela cintura e colou seu corpo ao dela. Jeanne sentiu todo o contorno do corpo do homem grudado ao seu. Ela segurou nos braços fortes do homem e seu coração acelerou.

— O que está fazendo, senhor?

— Receberá a sua punição pelo o que fez.

— Por favor, senhor. Deixe-me ir embora. Eu já disse que eu não o estava espionando.

— Será punida, moça. E nunca mais ficará olhando um homem enquanto ele estiver tomando banho.

— O que vai fazer, senhor?

— Isso.

Ele tomou os lábios de Jeanne ferozmente e a beijou de forma impetuosa. Jeanne nunca tinha sido beijada. Ela sabia que tinha que lutar para se afastar. Ela até lutou um pouco no começo, ficando com a boca fechada e tentando se afastar do corpo dele. Mas aos poucos o seu corpo foi sendo domado por aquele homem. Ela já não lutava mais. Quando ele a apertou ainda mais ao colar seu corpo ao dele, Jeanne gemeu ao sentir a masculinidade dele em seu ventre. O pano do vestido de Myrna era fino e ela se sentia nua nos braços daquele homem.

Quando Jeanne abriu a boca ao gemer, o homem introduziu sua língua em sua boca e acariciou sua língua com a dele. Jeanne sentiu uma sensação de ardor que consumiu todo o seu corpo. O desejo que sentiu com o toque da língua dele na sua, fez desaparecer todo o medo que antes havia sentido, e a fez se entregar totalmente para aquele beijo. Jeanne abraçou o homem pelo pescoço e o beijou ainda com mais ardor com que ele a beijava.

Mas de repente ele se afastou e a olhou sorrindo.

— Agora pode ir — disse sério, mas com um sorriso escondido em seus lábios.

Jeanne olhou para o homem e se sentiu atordoada. Suas pernas estavam fracas, mas ela se manteve de pé. Ela tinha que sair rapidamente de perto daquele homem e se afastar da tentação que ele era. Ela correu em direção onde estavam suas primas.

— Onde estava, senhora? Estávamos preocupadas.

— Já íamos atrás de você — informou Bethia.

— Parem com isso — ralhou Mhairie. — Não ver que estão deixando nossa prima envergonhada. Olha como ela está ruborizada. Ela não precisa nos dizer tudo o que estava fazendo.

— Obrigada, Mhairie.

— Vamos antes que o Sr. Lorne venha nos buscar — disse Mhairie.

As quatro garotas foram em direção à estrada. Jeanne olhou para trás e sorriu ao lembrar-se do beijo.

Enquanto as mulheres se afastavam, Gaelan olhou para a serva que o fascinou de uma forma como nenhuma mulher o tinha fascinado. Ele nunca tinha sido beijado com tanto ardor como ela o beijou. Gaelan sorriu e sabia que tinha sido a primeira vez que aqueles lábios tinham sido beijados. Olhou determinado para a mulher de lindos cabelos negros e prometeu a si mesmo que ainda beijaria muito aqueles lábios. Aquela mulher seria dele, prometeu a si mesmo. Ele montou em seu cavalo e foi em direção ao Castelo Strome por outro caminho.

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10 comentários:

  1. Um começo muito bom.
    Vou continuar lendo.
    Quando vai postar o próximo?

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    1. Oi, Leandra.
      Que bom que gostou.
      Vou postar amanhã, querida.

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  2. Já tinha lido no Wattpad e recomendo a leitura desse e dos próximos.
    A história é muito empolgante.
    Vou esperar pelo quinto capitulo para continuar a leitura.
    Olha que loucura minha amiga, você colocou o capítulo ontem a noite e ja tem 45 leituras.
    O livro vai bombar aqui no blog também.
    Sucesso sempre pra você que você merece.

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    1. Oi, amiga.
      Que bom saber que vai continuar acompanhando o livro daqui.
      Abrçs

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  3. Olá Márcia,
    É uma que você saiu do Wattpad. Mas entendo o seu ponto de vista.
    Muito bom esse capítulo. A história promete.
    Telb
    Beijos

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    1. Obrigada, Telb.
      Fico feliz que tenha entendido o meu motivo.
      Abraços

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  4. Comecei a ler e já estou super envolvida com a história :)
    Voce é uma das minhas autoras nacionais favoritas.
    Bjs

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    1. Fico super emocionada em saber isso, Rosana.
      Seja sempre bem-vinda ao meu blog.
      Abraços.

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  5. Olá,
    Comecei e já estou apaixonada pelos personagens.
    A Mhairie parece ser bem divertida.
    Se eu fosse a Jeanne com certeza eu jamais esqueceria esse beijo. 😘

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    1. Algo me diz que ela e você pensam de forma igual.
      Que bom que está gostando da história, Karla.

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