segunda-feira, 3 de março de 2014

Entrevista com a Autora Soraya Felix


Olá, meus amigos e leitores!

Mais uma entrevista aqui no blog.

Hoje, vamos conhecer a escritora Soraya Felix. Ela graduou-se em Publicidade e Propaganda pela ESPM e trabalhou com texto comercial e jornalístico. Em 2005 criou seu primeiro blog Prosa Mágica, com o lema “literatura é antes de tudo prazer, não debates acalorados”. Mas antes disso, em 1985, publicou junto com alguns amigos a antologia de poesias “Seis Poemas Frente & Verso”. E em 1987 começou a escrever para o teatro. Duas de suas peças foram encenadas. A peça “Conhece a ti mesmo: amor e tragédia em Atenas”, encenada no teatro Santa Catarina em São Paulo, foi premiada como Melhor Texto Original no Festival RECADART de Teatro em 1997. É autora da trilogia Literatura & Champanhe, com os livros: Literatura & Champanhe, A Sombra da Meia Noite e O Diário do Dragão.


Agora vamos conhecer um pouco mais sobre a vida e os livros dessa promissora escritora.

MP - Olá, Soraya. É um prazer tê-la aqui no blog MARCIA PIMENTEL. Obrigada por ter aceito fazer a entrevista e assim podermos conhecê-la um pouco mais. Vamos começar falando um pouco sobre como começou sua vida literária. Li que em 1985 você, com mais alguns amigos, escreveu a antologia de poesias “Seis Poemas Frente & Verso”.

SF - Eu poderia dizer que nasci escrevendo e lendo, se isso não fosse um exagero. Cresci em um ambiente alimentado pela criatividade. Meu pai nos contava histórias criadas por ele mesmo, e isso me encantava. Na escola, eu acabava lendo tudo por antecipação, principalmente os poemas. Talvez por isso eu tenha começado pela poesia. Eu tinha 11 anos quando escrevi meu primeiro poema e já nem me lembro mais do que se tratava. Aos dez anos eu brincava de escrever roteiros para novelas, o que na maioria das vezes significava colocar no papel o que tinha ouvido na noite anterior recheado com as minhas ideias. Era engraçado.

MP - Nos conte um pouco como foi esse trabalho e o que você fez depois?

SF - Eu acredito que boa parte dos escritores começa a escrever com as poesias. Passei minha adolescência escrevendo poesias. Tudo me inspirava, tudo era motivo para colocar no papel um sentimento mais profundo. Eu conhecia os poetas já algum tempo, e um dia o Tarcísio Motta nos propôs publicar uma antologia, e eu topei na hora. Não foi um processo fácil. Nossas poesias passaram por um trabalho de preparação de texto. Eu me lembro que a Cleide Veroneze – foi ela que nos conduziu neste trabalho – me fez reescrever um poema por quase dez vezes. Eu cheguei a pensar em desistir, mas quando vi o resultado final entendi o que ele pretendia. Considero aquele período como uma escola.
Quando eu estava no final da faculdade decidi escrever para teatro. Era uma paixão, principalmente por que o texto acabava se materializando na interpretação do ator, e isso é mágico. Recebi um prêmio pela peça “Conhece a ti mesmo, amor e tragédia em Atenas”, que ficou em cartaz por mais de seis meses no Teatro do Hospital Santa Catarina.
Como eu sempre acreditei que o romance era a excelência na arte da escrita, nunca cogitei a hipótese de escrever um. Era complexo demais. No entanto, por volta de outubro de 2000 eu estava na sala de espera de um consultório médico e peguei uma revista para passar o tempo. Havia uma reportagem sobre a terrível situação das mulheres com as imposições do Talibã, e fiquei muito indignada. No dia seguinte, já existia uma história em minha cabeça e comecei a escrever avidamente. Levei quase 10 anos para terminar este primeiro romance, que ainda continua inédito. Naqueles anos eu tinha como prioridade meu trabalho e só escrevia nas horas vagas, que eram poucas. Foi só quando acabei de escrevê-lo é que percebi que nunca mais conseguiria viver sem escrever histórias.

MP - Você se inspira em alguma autora?

SF - Conscientemente não. Mas, é claro que as influências existem. A bagagem cultural de um escritor está focada principalmente no que lemos ao longo da vida, então neste ponto é claro que eu tenho grandes influências. O que eu faço, muitas vezes, é reler trechos de autores que gosto e que tratam da temática que vou abordar, por exemplo, uma briga. Desta forma consigo perceber o ritmo e a forma para descrever a minha cena.


MP - Como você seleciona os temas para suas histórias?

SF - Eu não escolho as histórias, são elas que me escolhem. É assim que eu me sinto. Eu não sento diante do meu notebook e penso: - Vou escrever sobre tal e tal assunto. O que acontece é que eu sinto uma necessidade urgente de escrever, e escrevo.

MP - Em que momento você escreve? Como as histórias surgem para você?

SF - Escrevo o tempo todo, pois estou há 3 anos me dedicando ao oficio com exclusividade. Quando estou escrevendo é como se eu mergulhasse em outro mundo. Eu saio da minha vida cotidiana e corriqueira. É como se os personagens sentassem ao meu lado e ditassem suas histórias. Eles conversam comigo e fazem parte de minha vida vinte e quatro horas.

MP - Já lhe faltou inspiração para terminar um livro?

SF - Para terminar não. O que falta muitas vezes é encontrar a forma correta de escrever o que quero passar para o leitor, com a velocidade, o encadeamento necessário para que a pessoa possa ter a mesma emoção que tenho ao escrever. Então, quando isso acontece, eu levo até uma semana para escrever um único capítulo. É engraçado dizer isso, mas eu me desgasto demais escrevendo, por que eu choro, dou risada, fico tensa, me irrito e sofro demais com as situações que eles vivem.

MP - Quais as(os) autoras(es) que você mais gosta de ler?

SF - Eu sempre considerei esta pergunta dificílima de responder. A minha lista é grande, mas olhando para a estante eu posso ver que há alguns autores cujos nomes se repetem nas lombadas: Jane Austen, Charlote Bronte, Deborah Harkness, J.K.Rowling, Dan Brown, Lucinda Riley, Carlos Ruiz Zafon. Dentre os brasileiros, eu adoro a obra de Leticia Wierzchowski, Clarice Lispector e Luis Fernando Veríssimo.


MP - Qual a sua profissão? Como você concilia sua vida com a vida de escritora?

SF - Sou escritora 100% do tempo. Mas, a minha formação e larga experiência profissional é na publicidade. Fui redatora publicitaria por uns 20 anos e também dei aula de redação e teoria da comunicação para o curso superior de criação publicitaria.
Não consigo separar a escritora do restante, então eu administro a vida como um texto. Tento sempre colocar as vírgulas, os pontos e espaços em seus devidos lugares. Às vezes funciona, às vezes precisa de revisão.


Agora vamos falar um pouco sobre o seu último livro, que é uma trilogia, O Diário do Dragão.

MP - Qual foi a sua inspiração para escrever a trilogia Literatura & Champanhe?

SF - Confesso que estava cansada de ler e ouvir as críticas que se faziam sobre a literatura atual, principalmente por que a maioria das pessoas que falavam mal nunca haviam lido os livros, ou então eram críticos ortodoxos demais, datados em excesso. Não foi proposital, eu não pensei: - Vou escrever um livro sobre isso.  Quando eu vi já tinha escrito o primeiro capítulo inteiro de Literatura & Champanhe e traçado a linha geral da trama ao longo dos três livros.

MP - Nos conte um pouco sobre o último livro da trilogia Literatura & Champanhe, O Diário do Dragão?

SF - O Diário do Dragão é o livro que fecha a trama, e como tal, deve juntar todas as pontas que foram deixadas soltas propositalmente ao longo de “Literatura & Champanhe” e “A Sombra da Meia Noite”. Além disso, era a despedida de meus personagens, e eu não queria me despedir deles.
A Trilogia tem  uma característica interessante que é um livro falar sobre livros. Em A Sombra, eu falei sobre um livro secreto e precisei reproduzir um texto como se fosse escrito na época citada, e isso foi difícil. Em O Diário do Dragão eu precisava reproduzir o texto de um diário antigo, escrito por uma figura histórica real que foi transformada em mito pela literatura. Eu precisava tomar muito cuidado para não fazer nenhuma referência a isso, por que não havia vinculação nenhuma com a trama. Vlad Tepes é, na trilogia, apenas o fundador das Sociedades Secretas do Dragão e um homem com poderes acima do normal. O Diário era o link de tudo o que vinha acontecendo e isso fez dele um objeto delicado e poderoso.
Além disso, O Diário do Dragão é um livro que fala de limites, de coragem, abnegação e crescimento.  A trama toda oscila entre o que é real e o que é imaginário. Eu queria que o leitor acreditasse que tudo aquilo poderia existir, por que os personagens são plausíveis na vida real.
É uma história de amor a vida, aos livros e a humanidade. Eu gosto de pensar O Diário do Dragão com estas características.


MP - Fale um pouco sobre as personagens Jane Cardoso e Robert Andrade.

SF - A Jane é a antítese da heroína. É uma mulher com 35 anos atolada de dúvidas, insegura e sozinha. Na trama ela é uma jornalista desempregada e uma blogueira apaixonada por livros. Ela encarna a crítica feroz contra tudo o que pareça preconceito literário. No primeiro livro ela está em uma situação terrível quando encontra com Robert, que é exatamente a imagem do herói. Bonito em excesso, rico, charmoso e ousado. No entanto, destoando do herói, ele é sempre misterioso e guarda muitos segredos, alguns tão terríveis que irão abalar a estrutura da Jane. São pessoas normais, que encontramos no nosso cotidiano, só que eu acrescentei uma pitada de magia neles e essa magia se faz sentir com mais intensidade no último livro.

MP - Quais os seus projetos futuros?

SF - Em março eu viajo para Londres em busca de informações para um novo romance. Eu gostaria que meu próximo livro se passasse lá. Além disso, pretendo retrabalhar o primeiro livro que escrevi para publicá-lo em breve.

MP - Obrigada Soraya por ter nos contado um pouco sobre você e seus livros.

SF - Agradeço a oportunidade de falar sobre minha paixão. Foi uma honra participar de seu blog.


Me responda com a primeira coisa que vier em sua mente.

Deus? 
“Fundamento do fundamento da vida”

Filhos? 
Meus livros

Amor? 
Sem ele eu não vivo

Uma lembrança?  
Café colonial em Gramado

Um sonho? 
Publicar em Inglês

Uma viagem? 
Londres

Uma cor? 
Azul

Um livro?  
A Descoberta das Bruxas

Um filme?  
Orgulho e Preconceito

Uma frase? 
Eu quero, eu posso, eu consigo.

Para saber mais sobre escritora Soraya Felix

Link do seu blog Prosa Mágica

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10 comentários:

  1. Sou uma grande fã da autora Soraya Felix e adorei a entrevista. Não vejo a hora de começar a ler o último livro da trilogia Literatura e Champanhe, que é uma delícia por sinal!!
    Beijos
    Camis - Leitora Compulsiva

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    1. Olá, Camila!
      Que bom que você gostou da entrevista.
      A próxima resenha do blog será o livro Literatura e Champanhe.
      Venha conferi!

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  3. Eu adoro a trilogia Literatura e Champanhe.

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  4. Adorei a entrevista!!!
    As respostas foram bastantes esclarecedoras. Conhecemos um pouco a autora Soraya Felix e tambem sobre os seus livros. Eu ainda nao tinha ouvido falar dessa trilogia, mas fiquei muito curiosa para ler.
    Beijos para você Marcia e também para Soraya.
    *-*

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    1. Olá, Suzana!
      Que bom que gostou da entrevista. No mês que vem tem outra.
      A Soraya é uma ótima pessoa e uma autora muito talentosa. Eu recomendo a trilogia.
      Bjs

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  5. Oi,
    Ótima entrevista.
    Muito sucesso para a autora Soraya Felix.
    Abraços

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    Respostas
    1. Olá, Roberto!
      Todos nós desejamos muito sucesso para essa autora maravilhosa.
      Seja sempre bem-vindo ao meu blog.
      Bjs

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  6. Vou pesquisar mais sobre essa trilogia, precisamos de bons autores brasileiros que façam livros de ficção.

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